Se nasceu na 2ª metade do Sec. XX, provavelmente o percurso
profissional que lhe aconselharam ou que via como mais apetecível seria o de
estudar, tirar um curso, trabalhar.
A esmagadora maioria das pessoas sabia que, se estudasse
teria emprego garantido.
Com o 25 de Abril, surgiram outros benefícios que tornavam o
emprego para o estado ainda mais apetecível, subsídio de natal, férias e em
alguns casos, alimentação e deslocações.
Falando do caso português, este sistema pós 25 de Abril,
gerou 6 milhões de funcionários públicos segundo dados do INE.
Desde de 2007 e com a crise dos subprimes, nos EUA, que
levou ao caso Madoff e falências de bancos considerados infalíveis como o
Lehman Brothers, geraram-se ondas de choque que varreram a Europa, começando na
Islândia, alastrando para a Irlanda, Inglaterra, Escócia, Grécia, Portugal e,
mais recentemente Espanha e Itália, as regras alteraram-se.
A maioria dos economistas e especialistas financeiros
apontam, para que a actual situação económica se mantenha ou piore, até 2015.
Julgo estarmos a assistir
algo semelhante, ao que se passou no final da década de 80, terminando a
mesma com um crash bolsista na América e com a segunda vinda do FMI a Portugal. Ficaram famosas as palavras de
Donald Trump, em 1990 quando disse
“Survive till 95”
(sobreviver até 1995). Julgo podermos dizer que é necessário sobreviver até
2015 mas, com uma grande dose de incerteza em relação principalmente à União
Europeia e zona Euro
Os níveis de desemprego dispararam nos EUA e, consequentemente
na Europa.
Portugal tem sido um dos países mais fustigados pela crise
devido, à sua baixa produtividade e capacidade financeira para reverter
balanças de pagamentos deficitárias.
Além deste factor e é do consenso geral, as características da
população fazem com que Portugal seja um dos países mais prejudicados.
A habituação da população ao estado “paizinho”, sublevou
muito capital empreendedor durante décadas. Ironia das ironias, os portugueses
que mais se destacaram a nível económico-financeiro, empreenderam por sua
conta.
O emprego no sec. XXI, não é para toda a vida, é mal pago,
não permite progredir na carreira e não oferece benefícios em qualquer
circunstância.
Algumas pessoas, ainda assim, argumentam que há empregos bem
pagos, como por exemplo futebolista (Cristiano Ronaldo), ou banqueiros (António
Horta Osório, CEO do Lloyds BanK).
Mas serão mesmo bem pagos, pergunto? Não há pessoas a ganhar
mais dinheiro e que não dispensam o tempo que estas duas figuras dispensam.
António Horta Osório, esteve vários meses de baixa por um esgotamento, Cristiano Ronaldo está constantemente sobre
uma pressão que julgo 90% da população portuguesa, não conseguiria aguentar
pois, crianças e jovens a jogar futebol em Portugal serão provavelmente
milhares e não vejo muitos chegarem ao mesmo nível.
Trabalho não equivale a riqueza e, cada vez mais esse facto
vai acentuar-se.
No meu entender, a solução passa por cada um, procurar um
veículo que lhe permita atingir os seus objectivos, criar ele próprio as suas oportunidades.
Portugal, ainda não é um país totalmente desprovido de oportunidades, não temos
uma esperança média de vida de 25 ou 30 como nalguns países africanos. Acredito
que ainda existem condições para criarmos e construirmos o nosso próprio
futuro. Agora, que comboio querem apanhar? O comboio do emprego do sec. XX, ou
um comboio do séc. XXI, que é totalmente diferente daquele que os nossos pais
apanharam e que tão bem os serviu, ou não?
“Dêem-me um emprego!”, “ Tenho direito a trabalhar!”, são
frases que ouvimos praticamente todos os dias nos telejornais, proferidas por
jovens. A mim parecem-me palavras velhas e gastas de pessoas desfasadas da
realidade actual.
Reflictam, procurem, inspirem-se em quem teve sucesso,
aprendam com quem continua a prosperar e a quem a crise não toca.
Adaptação e inteligência, fizeram do ser humano a espécie
dominante.
Sérgio Afonso Mesquita
Empreendedor GTi e Investidor

3 comentários:
Excelente análise com a qual concordo. Efectivamente temos sido um País de acomodados, em que a clarividência de ter direitos não é contrabalançada pela dos deveres, sobretudo quando as empresas se encontram em dificuldades, como é o caso da grande instituição para que todos trabalhamos que é o País.
Aos portugueses não assusta apertar o cinto, desde que não passe o ultimo furo. O que os preocupa cada vez mais, é não ver da direita à esquerda capacidade de liderança governativa, que ultrapasse a vulgaridade de distribuir cargos pelos amigos e delapidar o nosso património de forma impune. Eu, que sou um otimista por natureza, confesso que não vejo de onde possa vir o abanão que faça cair tanta fruta podre
O abanão-que-desperta, ou vem do interior, ou então o exterior terá que abanar violentamente...e não é nenhuma fatalidade dramática...é apenas purificação necessária. Afinal existem demasiados seres na ignorância...e os maiores burros têm as rédeas da matéria...
Gostei muito da reflexão!
O mundo empresarial mudou e o mercado de trabalho também!
Por isso é preciso mudar para competir. Hoje, já ninguém se atreve a negar que as empresas e os trabalhadores que não se adaptarem, não terão qualquer futuro.
Mas não é o QI, que diferencia as pessoas, mas sim, as suas capacidades emocionais. Passar por um sofrimento e superá-lo dá às pessoas uma autoconfiança que lhes permite enfrentar a vida com coragem. Enquanto que, a pouca confiança em si próprio, conduz a uma atitude pessimista. Os fracassos repetem-se, a imagem negativa de si próprio vê-se confirmada. O medo do fracasso aumenta, e consigo a raiva, a tristeza, a frustração, a solidão. Abandonar a conduta centrada no eu, onde os nossos defeitos não existem e as qualidades são sempre melhores que a dos outros, bem como, deixar de tentar encontrar culpados e justificações para tudo o que nos acontece é um bom passo para mudar.
Não é possível viver no passado, nem do passado……
Ninguém produz resultados excelentes se não lutar para os alcançar e as pessoas só se esforçam quando querem.
É tudo uma questão de opção!
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